segunda-feira, 1 de março de 2010

Medos

Ora medos… Dizer que todos nós temos receios não causa estarrecimento a ninguém. O receio de errar, receio do que não conhecemos, receio do futuro incerto, receio de sofrer, receio do bicho papão e de muitos outros. Tenho reparado que por mais que tentemos evitar, procuramos sempre o controlo daquilo que nos rodeia, é inato. Procurar ter uma resposta para todas as nossas dúvidas antes de avançar mais um pouco independentemente do que esteja em causa. Nem sempre o conseguimos mas no entanto também não nos podemos dar ao luxo de ficar eternamente parados a espera de respostas sob pena de morrermos antes de morrer, antes de obtermos as respostas e aceitamos o facto de partirmos rumo ao desconhecido, enfrentamos medos e receios e tudo aquilo que nos faz abrandar e “seja o que Deus quiser”. Se falarmos em relações pessoais então é o caos… é um medo exponencial. Quando nos dá na panca de amar ainda se conseguem arranjar mais alguns…medo de fazer sofrer, medo de não sermos aceites, medo da rejeição, de errar, de estar a dar de menos á relação, de receber de menos, o medo de avançar, de dar o próximo passo ou simplesmente de mantermos os dados, o medo de estarmos a criar falsas expectativas acerca da outra pessoa, o medo de regressar a sofrimentos já vividos…há tanta coisa de que temos medo que chegamos a ter medo de amar. Não podemos aceitar esse medo…não podemos ficar a espera de nada, medo de tentarmos alcançar o que está a nossa frente apenas com receio dos “e se…”. Se queremos um “felizes para sempre” convém começarmos por um “felizes neste momento”. Corremos o risco de não correr bem e termos aquela sensação de que não o devíamos ter feito mas e se não o tivéssemos feito? Será que iríamos conseguir deixar de pensar nisso? Ou será que era mais uma coisa para ficar entravada na garganta para o resto da vida? A meu ver…de certeza que sim. A jogar para ganhar podemos sempre perder, mas a jogar para o empate o nunca ganhamos. Já dizia o “Ti Luís”...
“ Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.”

...e só via com um olho!!

Arrisquem-se a ganhar, arrisquem-se a ser felizes (se o quiserem) ;)

12 comentários:

  1. Finalmente um post escrito... Hoje, digo-te concordo! Hoje, não tento contrair =P
    De verdade que Amar é de todo um dos maiores medos da grande maioria das pessoas, amar, deixar ser amado, criar a oportunidade de construir uma relação, e principalmente para as mulheres, esta é uma grande dor de cabeça... Felizmente,não para todas!
    Amar torna-se cada vez mais um conceito banal distante do seu real significado... Acredito que hoje, o espírito é mais... deixemos a vida correr, e não corramos atrás da vida!

    Keep in touch sweetie*

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  2. Realmente, o medo persegue-nos desde sempre e para sempre e em todo o lado. Torna-nos por vezes ridículos, não a uns, não a outros, mas sim a todos nós. Concordo plenamente contigo, mestre, o medo tornou-se uma coisa tão natural em todo o ser humano.
    Quando tocas-te nessa questão do amor, do "amar"...oh raios! Realmente essa "panca de amar" por vezes torna-se "weird" mesmo sabendo quanto natural isso pode ser, o ser é inundado de nervos miúdos, de arrepios sufocantes, de suspiros constantes, de sorrisos realmente vibrantes..e no meio lá estão eles, os medos, simplesmente: Os Medos.
    Eu acho que por mais gincanas que possamos fazer para fugir a estes bichos nunca conseguiremos desvia-los da nossa rota a 100%, não mesmo! Apesar de tudo, a existência destes faz-nos pensar tanto no porquê da corda com que eles próprios nos conseguem atar e nós deixamos. Arriscar nunca fez mal a ninguém e nunca ninguém se declarou incapaz de superar os próprios medos, e esses medos de sofrer, fazer sofrer, errar, avançar, bla bla bla, podem mesmo "romper" com o famoso "felizes para sempre". Não nos contentemos com o ser feliz amanha, um dia, é preciso ser feliz hoje, agora, já e não daqui a uns minutos. Não digo que não devemos ter pelo menos um dedo do pé atrás nas nossas acções, reacções, não. Muito menos banalizar todo o sentido do verdadeiro amar! Mas se realmente sentidos, se realmente amamos, se realmente queremos porquê e para quê recear tanto? Não sei, não sabes, o que está por detrás daquela porta, "e se"...pois,mais uma vez, "e se", não é? Os medos dominam o ser com uma força tremenda, medo de falar, agir, fazer, tocar, sentir, perder, ganhar, querer, ser..Amar.
    Se amamos e queremos ser amados, a meu ver, não podemos ceder a todos estes medos comuns, não podemos(não devemos)ser como uma pequena criança que se esconde atrás das pernas dos seus pais. Amar torna-se dos maiores e constantes medos de uma pessoa, por mais sóbria que ela seja, penso eu, mas talvez seja por tudo o que vemos e ouvimos por aí fora. E assim, perdemos muito quando damos ouvidos a estes medos. Sim, por vezes é difícil não ceder aos bichos mas não é de todo impossível, é apenas jogar e jogar; e essa "panca de amar".. sábias palavras as tuas, "Conseguias deixar de pensar naquilo que deixas-te por fazer?", duvido, "Arrisquem-se a ganhar, arrisquem-se a ser felizes (se o quiserem)", eu cá quero.

    Há "pancas" fantásticas, não há?
    "E viveram felizes para sempre."

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  3. Tens toda a razão, o medo de amar faz com que tudo numa relação se torne num "bicho de sete cabeças". O medo acompanha-nos SEMPRE, quer queiramos quer não, é algo intríseco ao ser humano.
    "A panca de amar" não tráz só medos, tráz também muitas muitas felicidades. Que essa panca te dê muitas vezes, amar é ter medo, amar é tornarmo-nos mais fortes, amar é ser feliz.

    O Ti Luis foi um grande poeta, e tu és um grande escritor :D

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  4. "Quando se ama não temos necessidade nenhuma de entender o que acontece, porque tudo passa a acontecer dentro de nós e os homens podem transformar-se em vento..."
    (in "O Alquimista" de Paulo Coelho, se ainda não o leste é um outro conselho literário... =P )

    Isto para dizer que concordo com o que dizes, apesar de, na maioria das vezes, o que pensamos ou idealizamos não é o que acabamos por fazer na realidade... Porque o medo detém-nos e então tudo isto passa a ser uma útopia! Mas já alguém dizia que só ultrapassas os teus medos quando és capaz de enfrentá-los... Posso dizer que hoje tento esforçar-me para acreditar nisto, se não era bem capaz de criar raizes por não sair do mesmo sitio...

    By the way, muito a propósito o excerto do filme! É muito bom, lembro-me de ter gostado de o ver. =)

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  5. Uma dúvida! Tendo já tu lido Paulo Coelho, como consegues ler MRP?

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  6. Leio muita coisa diferenciada... é como gostar de vários tipos de música! As escritas são completamente diferentes mas não deixam de ser interessantes à sua maneira.

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  7. Agora sim, respondendo ao teu comentário...o que tu idealizas é quase sempre uma utopia (sem acento =P )! E daí?? É bom sonhar e por enquanto não se paga impostos! Houve alguém a dizer que os Portugueses até a pedir são pobres...

    Uma música de um filme a não perder!

    http://www.youtube.com/watch?v=XO_O5Vxwec0&feature=related

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  8. Adorei o filme por sinal! =)

    Não quis dizer que o que idealizo é por si só uma utopia (obrigrada pela correcção! =P), o que quis dizer é que pode acabar por o ser se o medo nos conseguir paralizar...

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  9. Só bons conselhos :D

    É verdade, mas como disseste...há que enfrentar os medos! Há muito mundo pra lá do cabo bojador ;)

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  10. Gostei da metáfora! Nunca tinha ouvido (lido). =P

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  11. Stéphanie Andrade Rodrigues13 de março de 2011 às 11:44

    Antes de comentar quero fazer-te uma pergunta. Em relação à parte em que falas das relações pessoais, tu tens esses medos? Em relação a isso, só tenho medo de fazer sofrer, não ser aceite, de errar, de avençar e aquele medo que já sabes (aquele relacionado com coisas deficientes).
    Acho que é normal termos medo pois significa que nos preocupamos com a pessoa com quem estamos, com o que ela pensa de nós, com os seus sentimentos, ...
    Sou daquelas pessoas que pensa muito no "e se ...". Não sou de arriscar, só mesmo se tiver a certeza de saber que vou fazer a coisa certa.
    As vezes arrependo me de não ter arriscado... Agora que estou a pensar nisso, acho que para arriscar vou ter de precisar sempre de um empurrãozinho. Mas pronto, apesar de eu não ser assim acho que é bom não termos medo de arriscar. Só ficamos a perder se não arriscar-mos (ou então não).

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