quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Percepções

     Aprendi há alguns anos que, se tivermos uma mão mergulhada em água quente e outra em água gelada, passando ambas para água com uma temperatura intermédia, a percepção seria diferente. A que estava em água quente sentiria a nova água fria e a que estava na água gelada a princípio, julgaria-a quente. Na altura nem me apercebi, mas com o passar do tempo fui dando conta que, na vida, esta regra continua válida, este tipo de percepção das coisas que nos influenciam positiva e negativamente está lá, ainda que nem demos por ela.
     
     Num momento de tristeza estamos deprimidos, abalados, frustrados, amargurados... No extremo oposto, a felicidade! Sentimo-nos radiantes, alegres, satisfeitos, um verdadeiro conceito de bem-estar. Será que sempre que nos sentimos felizes é por o estarmos realmente ou apenas porque estamos a sair de um mau periodo e qualquer melhoria é o suficiente?? E inversamente, será que sempre que nos sentimos tristes é por algo justificado ou apenas porque aterramos de uma época de felicidade extrema e tudo o que vier, ainda que seja algo bom, não nos preenche as medidas e nos entristece?

     Sendo que qualquer coisa que nos faça melhorar o ânimo é positivo, não tenho muito a dizer sobre a facilidade em ser feliz com pequeníssimas coisas, coisas essas ás quais nem daríamos o mínimo valor se não estivessemos tão deprimidos, essa capacidade é algo que devemos aproveitar. Já no caso contrário, e aqui sim quero perguntar, será que aproveitamos todos os momentos de felicidade que temos ou estamos tão concentrados em usufruir de uma felicidade já existente que não sabemos usufruir de tudo o que de bom nos acontece na vida? Será que isso é positivo ou negativo?
   
     Sinceramente, acredito que a parte mais difícil da tristeza, é quando já conhecemos a felicidade, saber que existe algo melhor. Quero acreditar que somos capazes de conseguir discernir o que nos faz realmente felizes e correr atrás, independentemente do ponto de partida. É nisso que quero acreditar, que sabendo a direção certa, consigamos acelerar pra alcançar essa meta, esse novo ponto de partida!
    
   
    

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

As Mulheres

Desta vez resolvi partilhar algo que li por aí, um texto do Rui Zink!

"O que Sempre Soube das Mulheres Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-semesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até a mais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça,mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco. "

Rui Zink, in "Jornal Metro"



Ele Sabe ;)