sexta-feira, 20 de março de 2009

Problemas comuns


http://www.flickr.com/photos/dante/153219836/
Sentimentos...haverá quem não tenha?? Ou apenas não mostra?? Há uma necessidade em cada um de nós de libertar os sentimentos que pululam cá dentro...pena que por norma os negativos sejam mais expeditos e acabem por impedir que os opostos saiam! É a ideia com que fico diariamente apenas observando...parece que nos é mais fácil magoar ou ofender que gostar ou amar...será porque aquilo que nos faz perder a paciência, que nos dá "volta ao estômago" e faz transbordar o copo transforma a nossa boca numa embalagem de abertura fácil enquanto o oposto nos "dá um nó na garganta"??
E estamos ainda só a analisar o acto de falar...sim porque demonstrar é que é a parte difícil! Sim porque há quem diga "Gosto de ti", "Adoro-te", "Gramo-te" ou "Curto-te" (versões mais modernas) ou até "Amo-te" como quem diz "Passa-me aí o sal!". Este" gostar"... É dispensável! Falta-lhe o calor do sentir.
Depois há quem pura e simplesmente não consiga transformar os sentimentos em palavras. Quem nunca ouviu alguém queixar-se que a cara-metade nunca proferiu um simples "Gosto de ti"?

Durante muito do tempo julguei que fosse problema nosso, homens que por receio de que um acto público de afecto, de carinho, fosse conotado de mariquice. Mas tenho constatado que a não verbalização/demonstração de sentimentos existe tanto no sexo masculino como feminino. E será que é assim tão importante utilizar a linguagem verbal para desvendar o que vai dentro de nós?

Será mesmo necessário recorrer ao inglês como afirma a música dos clã?? Não creio...ou não quero crer!

Eu atrever-me-ia a afirmar que a maioria de nós gosta do meio-termo. Eu gosto do meio-termo. Gosto de um "Gosto (muito) de ti", de um "Adoro-te" ou de um "Amo-te", mas dito olhando nos olhos e na língua de Camões, pronunciado alto e bom som ou apenas sussurrado ao ouvido, numa multiplicação de toques, de carícias, de beijos e de abraços fortes, onde o perto se torna muito perto. Sem isso... é como abrir um ovo de chocolate e verificar que, afinal, é oco! Não estava tão recheado como supúnhamos...

7 comentários:

  1. A expressão de sentimentos poderá ser um bicho de sete cabeças.. Não será necessário dizer o quanto se gosta, o quanto se deseja... a expressão corporal reflecte mais de 75% das nossas atitudes e sentimentos. Se bem que um sussurar ao ouvido faria uma grande diferença. A expressão verbal dá-nos a confirmação dos sentimentos silenciosos que observamos. Deixa-nos com um sorriso estampado no rosto ( por vezes, ridiculo de tão esboçado que fica).
    E sim... recorrer ao inglês, ao brasileiro, ao italiano, a outro qualquer idioma, que não o português ( que soa agressivamente, tem uma pronuncia forte que, por vezes,se torna extremamente árduo pronunciá-lo), é com certeza uma boa ajuda.... com certeza, são problemas de expressão!

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  2. eu tenho um problema de expressao!:| de certeza...!

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  3. mas dize-lo com a pronuncia de Braga inda fica bem pior do que simplesmente Amo-te em portugues!:|

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  4. Isto de sentimentos tem muito que se lhe diga... é tão fácil e tão difícil lidar com eles, conhece-los, saber defende-los! Podem ser realmente um bicho de sete cabeças, mas só porque nós os deixamos ser.
    É difícil, falo por mim, expressar tanta coisa que nos vai cá dentro, tanta coisa por vezes tão embrulhada tão escondida no cantinho de nós.
    Nada mais fantástico que SENTIR um simples "Adoro-te". Sim, porque hoje em dia certas palavras são realmente ditas na direcção do vento e perdem-se, perdem-se pois não passam mais meia dúzia de ruídos saídos da boca de mais um.
    E esse tal problema de expressão? Caramba, porque é que é assim? O medo domina tão facilmente o ser. Não é maricas "um gosto de ti"! Não é tão bom sentir um abraço, o carinho de quem nos é importante? Não é fantástico olhar bem nos olhos, mas bem bem lá dentro e sentir vontade de explodir e simplesmente sorrir, suspirar e "Ai, eu adoro-te!"? Muitas vezes fecho os olhos e vejo como é tudo fantástico nos sonhos, onde este bichinho sai com uma facilidade incrível! Mas tens razão, é tão mais fácil, mas tão mais fácil magoar ou ofender, mas quantas vezes com o medo de gostar ou amar acabamos por magoar realmente quem mais amamos, de quem mais queremos o carinho.
    Uma musiquinha aqui, umas expressões bonitas ali...parece tão mais fácil ficar por meias palavras, mas nem sempre meias palavras para bons entendedores bastam; ai como é bom...como é difícil...

    "Um gesto vale mais que mil palavras", minto: junta sentimento ao gesto, o gesto às palavras e será tudo muito mais valioso.
    O que eu dava para ter agora um abraço e ouvir um "adoro-te" sentido.
    Não passamos de fantoches dos nossos próprios sentimentos e medos. Eles querem, eles mandam.
    E sim, tenho um certo problema de expressão.
    Um dia, ao abrir esse ovo de chocolate espero realmente que seja com recheio de nougat!

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  5. "E estamos ainda só a analisar o acto de falar...sim porque demonstrar é que é a parte díficil!" - Não concordo nada! Aposto que se fizessemos um estudo de quantas relações començam por uma troca de carinhos ou gestos e quantas começam por palavras onde exprimem sentimentos.. ganharia a primeira!

    Voltando às relações.. (principalmente as mais duradouras) assim pensando rápido.. neste contexto se calhar poderia dividir-se em 3 partes (n sei..lol..):

    1 - Aquelas primeiras semanas, em que existe muita troca de mimo.. mas em que as palavras são mais dificeis de sair.. mais dificeis de assumir por variados motivos.. porque tem grandes significados.. e o medo de enredarmo-nos a nós proprios e a outra pessoa é sempre mais forte, por outros diversos motivos..

    2 - A fase em que já é possivel e já conseguimos dizer "Amo-te" ou "adoro-te" ou whatever.. e ai, conseguimos dizê-los por uns tempos "como quem diz: Passa-me aí o sal!"

    3 - E uma terceira fase, em que vêm as "queixas".. porque aprendemos que dizer "Amo-te" é especial.. e deve ser dito e sentido com intensidade.. e voltam-se a trocar (ou deveria-se trocar..) as palavras pelos gestos.. e passamos a sentir que o "Amor é fogo que arde sem se ver"


    Qt à expressão em geral.. já pensaste quantas vezes nos arrependemos de não termos dito a alguém o quao gostavamos dela.. e depois perdem-se as oportunidades e ficamos a corroer por isso?! ..e não me refiro só "À Pessoa Especial" mas também aos amigos..

    Deixo-te uns versos de Alberto Caeiro:

    "O amor é uma companhia.
    Já não sei andar só pelos caminhos,
    Porque já não posso andar só.
    Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
    E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

    Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
    E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
    Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
    Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela."

    E assim se desperdiçam oportunidades.. que podem nunca mais voltar..


    kiss**

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  6. ..ou este ainda mlh do Fernando Pessoa também:

    "O amor, quando se revela,
    Não se sabe revelar.
    Sabe bem olhar p'ra ela,
    Mas não lhe sabe falar.

    Quem quer dizer o que sente
    Não sabe o que há de *dizer.
    Fala: parece que mente
    Cala: parece esquecer

    Ah, mas se ela adivinhasse,
    Se pudesse ouvir o olhar,
    E se um olhar lhe bastasse
    Pr'a saber que a estão a amar!

    Mas quem sente muito, cala;
    Quem quer dizer quanto sente
    Fica sem alma nem fala,
    Fica só, inteiramente!

    Mas se isto puder contar-lhe
    O que não lhe ouso contar,
    Já não terei que falar-lhe
    Porque lhe estou a falar.."

    =)

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  7. Penso que às vezes é mais importante demonstrar e sentir do que dizer o que quer que seja em relação a sentimentos. As palavras podem ser ocas, pequenas e perdem o seu total significado quando são ditas de qualquer forma...

    uma música que revela o que quero dizer:

    http://www.youtube.com/watch?v=bBCry-ANqT8

    "...é sempre mais do que eu te sei dizer, mil vezes mais do que eu te sei dizer..."

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